Ecos de Casével

Ecos de Casével
Jornal digital de Casével

sábado, 27 de outubro de 2012

Casével não pode nunca parar !!



Como é muito significativa e importante para todos os casevelenses, trancrevemos com todo o gosto a mensagem do Sr. Prof. Frederico Ribeiro que recentemente publicou no Facebook-Grupos Casével:  http://www.facebook.com/ecos.casevel#!/groups/355721086568/

" Aproveito para divulgar e convidar a todos os interessados que as aulas de ginástica vão recomeçar em Casével. A começar dia 2 de Novembro, sexta-feira pelas 19H30. Uma hora de boa música com muita atividade física. Participem! ....".


P.S.
Este blogue quer vivamente parabenizar aquele(s) que tomou/tomaram a iniciativa de operacionalizar esta atividade físico/desportiva que é tão importante para a saúde física e mental.



quinta-feira, 4 de outubro de 2012

"Jogo da Malha"



Depois de umas semanas sem "postar", publico hoje mais uma recordação das brincadeiras de infância: o jogo da malha. Esta minha temática vem na sequência de ter participado na  (excelente) Convenção de Jogos Tradicionais realizada em Santarém e Rio Maior no passado fim-de-semana.

De todos os jogos populares do nosso Portugal, o "Jogo da Malha" é sem dúvida um dos mais tradicionais e com forte presença em todo o território, onde é jogado com algumas variantes quer no equipamento quer nas regras. É sobretudo um jogo de homens, embora possa ser jogado por crianças ou mulheres. É um jogo que exige algum esforço físico e sobretudo muita destreza.

O jogo é disputado por por duas equipas de dois elementos cada. O equipamento é constituído por dois pares de malhas (discos ou patelas de ferro) e dois mecos, "palitos". Existem variantes na forma e no peso mas, por regra, cada malha pesa entre 500 a 600 gramas. Pode ser circular mas normalmente apresenta uma forma octagonal para melhor adaptação à mão e com um raio aproximado de 5 a 6 cm. Para se distinguir os dois pares de malhas, por norma um par dispõe de um furo a meio ou outras marcas ou sulcos. Os mecos por regra são de ferro, maciços, para resitir aos choques, com uma altura aproximada de 15 cm, em cilindro ou sensivelmente em cone, com uma base com diâmetro de 3 a 5 cm. Em certas regiões é chamado de "pilas", "pilão", "belho" e outros nomes.
A distãncia entre os mecos é variável, sendo definida pelos participantes conforme a força dos mesmos, mas por norma oscila entre os 15 a 20 m. O meco é assente numa base definida por uma cruz traçada pelo próprio meco. O derrube do meco designa-se de "viro". Sempre que o meco é derrubado deve ser recolocado no mesmo sítio.



Os jogadores das duas equipas distribuiem-se em dois pares, alternados na posição, isto é, de forma cruzada. Por regra cada jogador a partir da linha definida pela posição do meco só pode avançar um passo com o impulso do arremesso da malha.

A atribuição dos pontos depende da região do país. Na minha zona o virar do meco vale 2 pontos (há regiões em que vale 3 ou 4). A malha mais próxima do meco vale 3 pontos. Se forem duas malhas da mesma equipa a localizarem-se mais próximo do meco valem 4 pontos, ou seja, 3 + 1 pontos. Significa que deste modo, o máximo de pontos numa jogada  para o mesmo jogador pode ir aos 8 pontos (2 derrubes do meco e duas malhas próximas. A aferição da posição e proximidade das malhas ao meco é feita a olho pelos jogadores mas frequentemente há situações em que se torna necessário fazer uma medição, sendo usado de forma expedita um pauzinho, uma palha ou, no caso de torneios, recorre-se mesmo a uma fita métrica. Apesar disso, não raras vezes, há desentendimentos sobre a medição o que só serve para tornar mais renhida a partida. 

Ganha a partida a equipa que primeiro completar 30 pontos. À equipa que não consegue obter 15 pontos diz-se que "apanha uma rolha".
O jogo pode ser estipulado à melhor de 3 ou cinco partidas.
Por regra é permitido aos jogadores trocarem de posição depois de se ultrapassar 15 pontos.

Dependendo do tipo de terreno, liso, irregular, macio ou duro, há jogadores especialistas em cada um deles. Uma das técnicas mais conhecidas é o jogar "picado", isto é, lançar a malha com uma altura adequada e efeito de malha de forma a que esta fique espetada quando cai. Outra técnica é o jogar "corrido" ou "rasteiro", em que se lança a malha de forma a que esta deslize pelo terreno. Um jogador que se considere especialista não discute o tipo de terreno e até gosta de terrenos difíceis, "dançando conforme a música", como gostam de dizer.

Este tradicional jogo popular ainda é bastante disputado, sendo frequentemente organizados concorridos torneios, principalmente no decorrer de festas e convívios de aldeia e colectividades. Em jogo pode estar uma vistosa taça, ou mesmo dinheiro ou mais popularmente um galo ou um presunto, bem à maneira portuguesa.